sábado, 25 de fevereiro de 2012

Unbroken

Antes era fácil escrever, escrevia-te a ti, escrevia sobre ti, escrevia sobre o coração partido, o trago amargo da separação e a dor, aquela que me assaltava quando te via, quando sentia o teu cheiro, quando ouvia a tua voz. Digo tu porque és o que este blog tem de mais verdadeiro e intenso, porque apesar de também me ser fácil escrever sobre discussões relativas a outros assuntos, preferia não o fazer.
Agora já não é fácil, antes a dor fazia-me precisar de escrever, fazia-me escrever bem, agora a ausência dela faz a minha escrita ser insensível, fútil, superficial.
Não me interpretem mal, não sou masoquista, gosto de estar bem, só gostava de conseguir escrever enquanto o estou, gostava pelo menos de conseguir publicar o que escrevo agora, ou pelo menos não me sentir estúpida por o fazer.
Acho que agora é mais difícil porque antes não me importava que todos soubessem o que se passava, eu não era capaz de esconder, as lágrimas brotavam nas alturas mais inoportunas e eu nada conseguia fazer para as conter, por isso as pessoas acabam por saber tudo, e eu não precisava de dizer nada.
Agora é diferente, eu estou diferente.
Parece-me que o inevitável aconteceu, cresci.
E agora mais um texto sem sentido e ridículo foi publicado, não porque eu esteja magoada com alguém, simplesmente porque quero não ter vergonha daquilo que escrevo.

Um comentário:

  1. não esqueço, tenho andado a pensar no que me disseste
    e os teus textos não são ridículos

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