Há muito tempo que não me sentia tão sozinha.
É incrivel como de cada vez que venho escrever uma entrada no blog começo automaticamente a chorar. Como se fosse a minha espécie de diário a quem conto aquilo que mais ninguém ouve, aquilo que mais ninguém quer saber.
Que coisa infantil a minha, manter um diário, mesmo que esporádico. Mais incrivel ainda é a necessidade de manter algo assim, como se não fosse capaz de conter tudo o que me vai cá dentro e tivesse de deitar tudo para fora num momento em que a saturação não me deixa aguentar mais.
Se fosse hojeo primeiro dia, seria tudo diferente. Mais distância, menos apego, menos expectativas para as pessoas que ficaram longe.
Embora reconheça sinais de amor, preocupação, carinho, os sinais de irritação permanecem. Sou tão dependente, de todos, e queria não ser.
Neste momento quero pegar na minha mala e ir embora, para um sítio novo, um sítio qualquer, não voltar para trás e começar tudo do zero. Fingir que não conheço ninguém, desaparecer.
Não é estranho querer desaparecer? Fugir de 20 anos de existência e deixar tudo para trás como se nada tivesse valor suficiente para trazer fora da minha memória. Querer estar sozinha, não confiar em ninguém, não acreditar em ninguém, não ter expectativas para ninguém.
Também é incrível como me sinto estúpida de cada vez que aqui escrevo. Sou tão criança, tão pequena, como se precisasse que tomassem conta de mim, que me dessem atenção, que me obriguem a fazer os trabalhos de casa.
Mas neste momento, tão pequena e ao mesmo tempo tão cheia de nada, a não ser a vontade de desaparecer e não voltar.
Serão isto saudades? Um estado mental alterado?
É normal?
domingo, 22 de novembro de 2015
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário