A melodia que flutua e me enche os ouvidos ilumina de claridade a minha manhã escura.
São teclas pretas e brancas que provocam a sensação de cheio no vazio e felicidade na tristeza, cheias de boas vibrações e temerosas tempestades que giram o mundo à procura de quem as compreenda no coração, e de quem as guarde na memória e no sal que escorre dos olhos e esborrata as tentativas de disfarçar a verdade. Negras e fundas olheiras pelas noites em claro, fruto da frustração de aprender e conhecer o mundo e os outros na tentativa de não cair, novamente, no buraco sem fim que é a dor.
Irónico fruto de felicidade aquele proporcionado pelo mundo alternativo que demora anos a aparecer e segundos a extinguir, o único onde ela pode existir em pleno, sem torturar ninguém.