Abre a janela e deixa entrar o frio dos meus pensamentos e o calor das saudades que tenho de ter e saber que vai tudo correr bem quando a única coisa que corre são as minhas pernas à procura de recuperar o tempo perdido que não vivi enquanto o relógio estava parado, com falta de pilha, tal como o meu cérebro está quando penso. É por isso que quando abro a janela não entra nada, porque não há nada para entrar, porque o vento envolveu num abraço outro corpo que não o meu, e embalou-o até fechar os olhos e dormir, um sono curto e feliz, porque a felicidade é pequena no tempo e no espaço, e porque só existe em sonhos que acabam sempre no despertar da razão onde nada é possível. Estou destinada pelas estrelas que contei antes de dormir a vaguear sozinha neste aperto de ilusões que me mostram o que eu sou, esmagando o futuro e toda e qualquer esperança de ser um dia livre dos outros e de mim.
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gosto muito
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