Qual o objectivo de estar aqui, de fazer parte desta organização, deste conjunto de leis que nos limitam e ao mesmo tempo nos permitem sobreviver? É algo que não faz sentido, é algo indefinível.
Podemos dizer que estamos aqui para ser felizes, para ser úteis, para aprender, para fazer a diferença, mas o espaço e o tempo são tão limitados que na realidade não podemos fazer nada.
Ninguém nos perguntou se queríamos estar aqui, ou se concordávamos com o modo como teríamos de sobreviver, e o mais triste é que não há volta, e a única maneira de sair daqui é também aquela que nos permite nunca mais voltar, o fim, o derradeiro fim.
As almas extinguem-se, e com elas apagam-se os sonhos e pesadelos, as memórias, a esperança.
Parece tão fácil, apagar a dor, então porque é que todos tememos o infinito, o vazio, a verdadeira noção de espaço e de tempo que significa não a ter.
E assim tudo o que pode parecer fácil torna-se no maior medo.
No entanto, aqui estou eu, e aqui estás tu, prontos a contar cada um a sua história, tal como milhares de milhões (...) de outros seres já fizeram, tal como milhares de milhões continuam a fazer.
Mas a pergunta persiste, para quê ?
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